Dez anos de Vulva Revolução #3 🫀🥵
Por uma década, toquei o projeto Vulva Revolução, que está prestes a se tornar um livro. Mas, para isso, preciso do apoio de vocês!
Vocês conhecem o Vulva Revolução?
Era 2014. Eu estava enfrentando uma tremenda crise existencial, recém-formada em jornalismo, atolada em jobs fuleiros, me frustrando com o mundo dos homens e indo ao hospital semanalmente, jurando sempre que estava tendo um derrame cerebral, sepse, falência múltipla de órgãos, sei lá. Mas nunca era ataque cardíaco, nem gases; só crises de pânico mesmo.
Em meio a esse cenário, nasceu o Vulva Revolução, na capital do Brasil, dentro do quarto de uma jovem adulta cheia de ideais, angústias e uma grande sede por contato humano. O objetivo inicial era concentrar, em um endereço virtual, reflexões, ideias, traduções, conversas e outros materiais que abordassem temas contemporâneos sob uma perspectiva feminista.
Comecei tudo escondidinha, com um sonho na cabeça, uma hospedagem no WordPress e uma conta fake no Facebook, utilizada para divulgar os textos postados. Logo o negócio foi ganhando forma, corpo e alcance. Em uma década, contabilizei milhões de acessos únicos em um projeto independente (milhões, no plural, juro!), completamente sem recursos, realizado nas brechas do tempo.
De viralização em viralização, o que era um blog cresceu e ganhou uma abordagem multimídia, resultando em feiras, palestras, festas, rodas de conversa, publicações impressas, participações em curadorias de eventos e muito mais, extrapolando as fronteiras de Brasília.
Por meio do Vulva Revolução, criei também coragem de tornar minha escrita definitivamente pública. Foi um processo que me ajudou muito a não me perder de mim mesma em momentos difíceis que atravessei na vida profissional (jornalista pejotizada, vocês devem saber como é) ou pessoal (mulher brasileira em um mundo patriarcal, vocês devem saber também). Foi quando finalmente me assumi escritora. E também realizadora, produtora, fazedora, resolvedora de pepino, tudo no espírito faça-você-mesma.
A força da palavra pode ser surpreendente. Do encontro também.
Atualmente, em 2024, sigo em crise existencial e descobri que talvez não tenha como viver de outro jeito quando se tem consciência de que o mundo é um lamaçal e estamos todos rolando, sem sorte, rumo à destruição. Amadureci e mudei completamente; não sou mais a mesma de dez anos atrás, mas tudo o que criei até agora faz parte de mim.
O que não muda, no entanto, é a revolta feminista e a vontade de criar espaços de pertencimento. Desse modo, o projeto Vulva Revolução chega ao fim, de vez, e se transforma agora em um livro que compila um pouco do que foi toda essa história. Acolhido pela incrível editora negalilu, de Goiânia (GO), o material inaugura a coleção blobloblo, que tem o intuito de organizar conteúdos relevantes que foram originalmente publicados em blogs criados há mais de uma década.
O processo de edição foi todo muito cuidadoso e não vejo a hora de ver o resultado final! Querem ver também?
✨ O livro acaba de entrar em pré-venda e preciso muito de vocês! ✨
Apoie a produção gráfica do livro Vulva Revolução, da coleção blobloblo, adquirindo agora a publicação em pré-venda, com valor promocional, e colabore com a materialização dele!
Veja como fazer parte:
Compre via PagSeguro com frete incluído clicando aqui.
Se desejar retirar o livro pessoalmente comigo ou com a editora, utilize o número de WhatsApp 62 99968-1658 para adquirir o seu exemplar, pagando via Pix (envie o comprovante para vulvalarevolucion@gmail.com)
Entregas para todo o Brasil, a partir de 5 de dezembro. Em breve mais informações sobre lançamentos.
✨ Relembrar é viver✨
Listei aqui alguns dos muitos textos do Vulva Revolução que viralizaram ao longo desses anos. Infelizmente, muito do material produzido por meio do projeto segue, ainda hoje, bastante atual. O caminho é longo, minha gente, mas não podemos desistir!
Beleza, feiúra, estigmas e xingamentos como ferramentas para silenciar mulheres
Mulheres não gostam de sexo ou homens não gostam de mulheres?
Dez anos não são dez dias 🎈
Mesmo uma década após tanta história, me perguntei bastante se deveria lançar esse livro, se ele tem relevância, esse tipo de coisa (enquanto um homem médio qualquer com algum projeto obscuro faz trinta documentários sobre si mesmo, vinte publicações autoetnográficas e é enaltecido pelos pares como “genial”). E tem, eu sei que tem. Não porque ele seja a voz de uma geração, mas por ser uma voz em uma geração (parafraseando a Hannah, personagem de Lena Dunham na ótima e, por vezes, incompreendida série Girls). Uma pecinha entre várias outras, sabe?
Como disse uma quadrinista que entrevistei certa vez, se não resgatarmos, registrarmos e preservarmos a memória das nossas iniciativas, ninguém mais vai fazer. Ainda vivemos em um mundo que tenta apagar as mulheres, não devemos esquecer. Quero também incentivar mais gente a colocar a boca no trombone por aí, com os recursos que tiverem à disposição no momento.
Além disso, o projeto é também uma homenagem que enaltece os esforços de várias outras pessoas. É um resgate e uma celebração a uma grande rede que foi movimentada, bem como é, ainda, uma reflexão sobre ser uma mulher criando dentro – e fora – da internet. Com o passar do tempo, já se fala como o feminismo digital que se intensificava lá pra 2013/14 foi um marco dos anos 20 no Brasil. Fiz parte disso.
Agora conto com vocês.
Reencaminhe este post para todo mundo que você conhece nas próximas 24 horas e considere comprar meu livro como presente de Natal para aquele parente com quem você brigou nas eleições passadas, que tal? Não estou pedindo muito!
Beijinhos.